Sem Fim

Chapter 1: 01 Introdução



Em um hospital…

 

Aaaaa!

 

O Bebê…

Onde estou?

 

Isso… é?

 

Logo após cortar o cordão umbilical, ele sentiu uma avalanche de memórias…

 

Logo após os procedimentos do parto…

Uma mãe olha para seu filho nos braços, o médico pediu para fazer os últimos exames e logo devolveu aos braços da mãe.

 

Médico: Você tem sorte, ele nem chorou, parece que vai ser bastante calmo!

 

A mãe: Sim, ele só chorou muito no começo, agora só parece estar com fome.

 

O médico: Aqui está tudo certo, depois da recuperação vou assinar a liberação para você poder ir para casa.

 

A mãe: Obrigada Doutor!

 

Em uma casa comum… 6 meses depois…

Laura chegava com seu filho e o deixou no berço para guardar tudo.

 

Você viu João? As meninas gostaram muito de você! Acho que vou poder voltar a trabalhar sem problemas.

 

Hoje ela foi para o trabalho com o pequeno João pela primeira vez, com medo de que ele começar a chorar por estar em um lugar estranho, mas ele se divertiu muito com as clientes e outras funcionárias.

 

João…

Finalmente consegui terminar de organizar tudo em minha mente.

 

Passei todo esse tempo colocando tudo em ordem, se eu não fosse um recém-nascido, talvez poderia perder minha própria identidade, ou coisa pior me tornado um louco.

 

Assim como qualquer reencarnado, tenho algo especial, essa habilidade pode ser chamada de absorção ou algo assim.

 

Pela minha observação, eu posso copiar a essência de tudo o que toco, mas meu corpo não sofre nenhuma modificação externa, por exemplo, a água, se eu quiser, posso me tornar uma poça d'água ou controlar um pouco ela, isso aconteceu na primeira vez que toquei nela, mas nas próximas vezes não aconteceu mais.

 

Pode parecer poderoso, mas a quantidade que posso controlar, não parece nem um truque barato, talvez aumente no futuro, uma coisa que percebi é que não posso absorver seres consciente, quando toquei em um gato que passou perto, mosquitos ou pessoas, não aconteceu nada, mas no primeiro dia de vida foi diferente…

 

Logo após nascer, quando fui separado da minha mãe, estivem em contato com seus fluidos, nesse momento tudo dela veio para mim, todas as lembranças, talvez força e outras coisas, mas sou muito novo para qualquer coisa, o que me salvou, foi o talvez um meio de defesa do meu próprio poder.

 

Naquele momento, me vi em um espaço em branco, o corpo da minha mãe que parecia que estava dormindo na minha frente, mas inconscientemente eu sabia que era apenas a representação do que tinha pegado, por isso aparecia outras coisas nesse espaço, como, tesoura, tecido, soro fisiológico e outras coisas.

 

Lembrando de algo que li antes, tentei imaginar um lugar, mas não aconteceu nada, então fiz outra tentativa, imaginei eles como livros, isso deu certo, mas diferente do que achava, não se tornou só um livro, mas um para cada característica separada.

 

Demorou semanas para entender como funciona esse lugar, pensei que era o famoso palácio da memória como tinha visto em alguns romances, mas parece ser mais do que isso.

 

Quando toquei nos livros derivados da tesoura cirúrgica, sabia tudo sobre ela e seus elementos, podia criar qualquer coisa de aço inoxidável ou manipular como desejar sem limites nesse lugar em branco, para os materiais foi simples e até divertido.

 

Para os diversos itens foi legal, mas para minha mãe foi outra história, além da biologia tinha a psique em geral e habilidades, com muitas tentativas aprendi a apagar as coisas indesejadas, graças a isso também descobri que, colocando em um lugar os livros, eles se tornariam parte de mim, do outro lado, ficaria como se estivesse em espera, criei uma estante em cada lado e assim organizei melhor as coisas.

 

18 anos depois…

Começando a escola tudo de novo, pena que minha habilidade não funciona com o conhecimento nos livros, mas eu ainda tinha meu jeito, então a escola foi tranquila, namoradas e amigos foi tudo muito comum, assim como esse mundo…

 

Laura: João! Já fez as malas?

 

João: Já mãe, não precisava de tanto!

 

Laura: Claro que precisa, nunca se sabe o que vai acontecer lá.

 

João: Tem certeza de não ir?

 

Laura: Ano que vem eu vou!

 

João: A senhora está bem?

 

Laura: Tô bem! O médico disse que com os remédios, vou ficar melhor logo.

 

João: Sei…

 

Laura: Vai logo! O ônibus não vai te esperar.

 

João pegou sua mochila e as malas, se despediu de sua Mãe e saiu, ele foi para a rodoviária já com a passagem em mãos.

 

Rodoviária…

Enquanto estou sentado, um casal chegou.

 

João: Marcos, Paula, e ai?

 

Marcos: João, você chegou cedo?

 

João: Cheguei agora.

 

Paula: Dessa vez o pessoal ficou só por causa de um festival.

 

Marcos: Nós também estamos indo para uma semana de folia!

 

João: Tomara que não esteja tão quente esse ano.

 

Paula: Já estou derretendo aqui, imagina lá!

 

Marcos: Porquê você me lembrou disso? Estou morrendo!

 

João: Oh! O ônibus chegou!

 

Paula: Ar-condicionado! Aqui vou eu!

 

Depois que o ônibus estacionou, guardamos nossa bagagem e embarcamos, vão ser muitas horas de viajem e filmes antigos.

 

Paula e Marcos estão sentados atrás de mim e ao meu lado está um cara que parece ter tomado algo para viajar.

 

Paula: Então, como ela tá?

 

João: Ela não está bem, por isso sempre me manda para longe.

 

Marcos: É duro cara, ela só está preocupada com você!

 

João: Eu sei! Valeu…

 

Conversamos mais um pouco até que o cara ao lado apagou de vez e começou a roncar alto, os dois começaram a se agarrar e eu coloquei meus fones e fechei os olhos para fazer minhas próprias coisas.

 

Agora esse mundo interno, parece com o externo, repliquei todos os lugares que já fui, isso foi um bom treinamento e também me ajudou a descobrir áreas especiais além das duas iniciais, elas não tem muito uso pois não tem nada de sobrenatural aqui, mas quem sabe?

 

Nos últimos anos, tenho trabalhado em algo muito difícil, isso é a internet, quando toquei em um computador e as peças internas, aprendi muito, mas como uma criança colocando coisas na tomada, curiosamente toquei em uma fibra óptica de um servidor, só posso dizer que a internet é profunda!

 

Nessa brincadeira, confirmei que o mundo interno é infinito e ele realmente é uma representação dos meus poderes, talvez avance e evolua para algo maior, mas por enquanto só posso viver a vida.

 

Depois de muitas horas e um cara dopado roncando ao lado, chegamos!

 

Depois de descer e pegar tudo, saímos para a casa perto da praia, com os negócios na internet ganhei um dinheiro não era muito exagerado, apenas o suficiente para os remédios e tratamento para minha mãe e uma casa aqui, onde ela gostava de viajar nessa época do ano.

 

Marcos: Você vai ficar sozinho lá? Tem certeza de não vir com a gente?

 

João: Vocês merecem um tempo a sós!

 

Paula: Sei… Cuidado com quem você leva para casa viu!

 

João: Que isso… Sou um santo!

 

Marcos: Santa putaria! Ha ha ha… Boa sorte cara!

 

João: Tchau, gente! Juízo!

 

Depois de despedir fui para uma estrada diferente carregando um monte de malas, depois de alguns minutos estava em frente casa, como ninguém vêm há muito tempo, a casa está toda com um tom marrom poeira.

 

Enquanto entrava em casa, a poeira começou a flutuar e juntar em uma bola, as teias de aranha se juntaram, quando tudo estava brilhando de limpo, coloquei as malas em um canto do quarto e comecei a cortar o mato e depois limpar a piscina.

 

Um bom tempo brincando como criança, limpei tudo e então coloquei os sacos de lixo para fora, cumprimentei os vizinhos que estavam conversando não muito longe e voltei.

 

Fui tomar um banho e me preparei para sair a noite… Passando dois dias direto na folia, muita bebida e diversão, então recebi uma ligação da minha mãe e fui para um lugar mais calmo para atender.

 

Laura: Como… está?

 

João: Esse ano está bem quente, mas também está mais cheio. Como estão as coisas?

 

Laura: Bem… Cof, cof… vi na TV, que algo estranho apareceu no céu, você viu?

 

Olhando para cima: Não vi nada… oh! Um traço estranho!

 

Alguém no fundo: Senhora Laura, está na hora dos seus remédios!

 

Laura: Querido, tenho que desligar… fique bem!

 

Toc…

 

João entendeu onde ela estava, ficou bastante triste por um tempo ou na verdade muito tempo dentro do Mundo Interno, então voltou a realidade e prestou atenção ao que acontecia no céu.

 

De repente sentiu que as ondas magnéticas saíram do controle, então não demorou muito para os pássaros e outros animais ficar loucos, na praia o mar começou a recuar e mesmo não havendo placas tectônicas no país, ele sentiu os abalos sísmicos distantes.

 

Uma rachadura partiu os céus e todos viram olhos como projeção no céu, o que quer que seja olhava para baixo como alguém olhando para um brinquedo velho que está prestes a ser jogado fora.

 

Uma voz então foi ouvida no mundo…

Esse é um mundo de humanos fracos… Esse Deus não vê nada que me interesse aqui… Vou destruir esse mundo… Sim isso mesmo… Mas, primeiro vou fazer um pequeno jogo… Vou escolher aleatoriamente metade da população mundial, para participar de um jogo que pode te dar a vida eterna, para os outros… Amaldiçoe a sua sorte!

 

Disquei, mas o telefone estava mudo, talvez de todos estejam assim também… Não demorou muito e uma imensa onda foi vista ao longe, não vi nem sinal de Marcos e Paula desde ontem, então peguei minha mochila e pela primeira vez corri na maior velocidade em direção a minha mãe…

 

Mas quando cheguei na frente da janela do quarto em que ela estava, ela dava seus últimos suspiros…

 

Laura: Sabia que viria… Eu te amo!

 

João: Mãe…

 

Boom!!


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