One piece Um Viajante Espacial

Chapter 10: Capítulo 10: Orgulho, Liberdade e Novas Ameaças



O Baratie fervilhava com a rotina habitual do restaurante. Marinheiros, mercadores e piratas dividiam o espaço, desfrutando das famosas refeições do local. No entanto, a tranquilidade foi interrompida por um homem faminto e desesperado.

Gin, um pirata de olhar feroz e roupas esfarrapadas, entrou no restaurante arrastando os pés. Seus olhos estavam fundos, suas bochechas encovadas, e sua expressão era de um homem à beira do colapso. Ele se aproximou do balcão e apoiou as mãos sobre a madeira rústica.

"Me deem comida... Eu pago depois..." murmurou, sua voz rouca e trêmula.

Patty, o robusto cozinheiro do Baratie, olhou para ele com desprezo. "Aqui não servimos caloteiros e mendigos. Se não pode pagar, suma daqui."

Gin cerrou os dentes e bateu a mão na bancada. "Eu disse que pago depois! Só preciso de comida!"

Patty, impassível, cruzou os braços. "Acha que sua fome nos comove? O Baratie não é um abrigo para piratas fracassados."

Gin, enfurecido, agarrou a gola do cozinheiro. "Você não entende... Eu preciso comer!"

Num piscar de olhos, Patty revidou com um poderoso soco no estômago de Gin, seguido de um chute que o lançou para fora do restaurante. O pirata caiu com força no deque, gemendo de dor. Os clientes riram da cena, ignorando a agonia do homem jogado ao chão.

Sanji, que observava tudo da cozinha, franziu a testa. Ele pegou um prato de comida e caminhou até Gin. Agachando-se ao lado do pirata, ele colocou o prato diante dele.

Gin, orgulhoso, desviou o olhar. "Eu não preciso da sua piedade..."

Sanji acendeu um cigarro e deu uma tragada antes de responder. "Morrer de fome por orgulho? Isso é burrice."

O pirata cerrou os punhos. Seu estômago roncava alto, traindo sua resistência. Depois de um longo silêncio, ele pegou o garfo e começou a comer. Cada garfada era devorada com uma mistura de desespero e alívio. Sanji apenas observava, encostado na grade do restaurante, soltando a fumaça do cigarro.

"Eu não esquecerei essa bondade..." murmurou Gin, entre bocados. "Se algum dia eu puder retribuir, farei isso."

Sanji apenas sorriu de canto. "Se quiser me pagar, faça isso sobrevivendo."

Enquanto isso, em Cocoyasi, Nami encarava Arlong com uma mistura de raiva e desespero. Diante dela, uma pilha de berries que representava anos de sofrimento e sacrifício.

"Aqui está..." disse Nami, empurrando o dinheiro na direção de Arlong. "100 milhões de berries. Agora, cumpra sua palavra e liberte esta vila."

Arlong sorriu, afiado como uma lâmina. "Oh, Nami... Você trabalhou tanto para juntar isso, não foi? Deve ter sido um verdadeiro inferno."

Ela cerrou os punhos, seus olhos marejados. "Apenas pegue e vá embora."

O tubarão-homem pegou algumas notas e as examinou. "Você realmente acha que dinheiro compra liberdade? Você, mais do que ninguém, deveria saber que o mundo não funciona assim."

O coração de Nami gelou. "O que você quer dizer com isso?"

Arlong jogou o dinheiro para o alto, deixando as notas voarem como folhas ao vento. "Digamos que... Eu tive uma nova ideia. Por que eu abriria mão de uma cartógrafa tão talentosa?"

Os olhos de Nami arderam de ódio. "VOCÊ PROMETEU!"

Arlong gargalhou. "Eu sou um pirata, Nami. Palavras não significam nada para mim."

A raiva crescia dentro dela, mas ao mesmo tempo, o desespero apertava sua garganta. Tudo pelo que lutou estava desmoronando diante de seus olhos.

De volta ao Baratie, Luffy começou seu trabalho como garçom para pagar sua dívida. Sua falta de jeito gerava caos, derrubando pratos e confundindo pedidos.

Em meio ao tumulto, uma cliente especial chegou: Kaya. A jovem olhava maravilhada para o restaurante, acompanhada de Usopp, que se esforçava para impressioná-la.

Sanji, ao avistá-la, ficou hipnotizado. "Que visão dos céus é essa...?"

Ele deslizou suavemente até Kaya, ajoelhando-se diante dela e pegando sua mão com delicadeza. "Minha doce dama, permita-me o prazer de servi-la pessoalmente?"

Kaya riu levemente, mas não parecia impressionada. Seus olhos estavam fixos em Usopp, que coçava a cabeça, sem graça.

"Usopp, que lugar incrível! Obrigada por me trazer aqui!" disse ela, animada.

Sanji sentiu seu coração se partir em mil pedaços. Ele se afastou, sentindo-se derrotado.

"Isso dói mais que um chute no rosto..." murmurou.

Dias depois, Gin voltou ao Baratie. Mas ele não estava sozinho.

Diante do restaurante, um enorme navio pirata se aproximava. Seu casco estava marcado por batalhas, suas velas rasgadas pelo tempo e pelo fogo. No convés, uma figura imponente se erguia.

Don Krieg.

Mas diferente de sua presença ameaçadora de outrora, ele estava quase irreconhecível. Sua armadura dourada estava amassada e suja, seus olhos fundos e sua pele pálida. Ele cambaleava, suas forças o abandonando. Seu corpo estava fraco, quase esquelético.

Ele caiu de joelhos no deque do Baratie, sua respiração ofegante. "Por favor... comida... Eu imploro..."

Patty riu alto, cruzando os braços. "Ora, ora... o grande Don Krieg? O rei do East Blue? Reduzido a um mendigo rastejante? Que cena patética."

Krieg tentou erguer a cabeça, mas sua força o traía. "Sem comida... meus homens... morrerão..."

Patty cuspiu no chão. "Que morram. Piratas sujos como vocês não merecem nada além do fundo do oceano."

Antes que Patty pudesse chutá-lo, Sanji entrou na frente, segurando um prato fumegante. "Isso já é o bastante. Deixe que eu cuide disso."

Os clientes do restaurante ficaram boquiabertos. Patty bufou, mas não impediu. Sanji se ajoelhou diante de Krieg e colocou a comida na frente dele.

"Coma, mas lembre-se... eu não fiz isso por você."


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